"A cunha"
( Na rua, a câmara aproxima-se após dois amigos se cruzarem no passeio e pararem para falar um pouco. Quando se abeira deles, falavam desta maneira: ) Homem 1 – Preciso de ir à Alfândega. Comprei uma mota em França e vou legalizá-la… Homem 2 – Estás cheio de sorte. Conheço lá um tipo… Que sorte a tua, ãh?! ( Bate nas costas do outro ) Homem 1 – ( Fecha os olhos, sorri levemente, abre os olhos, sorri levemente, fecha os olhos, sorri levemente ) Oh, não! Obrigado, mas não é preciso nada! É só pagar o imposto e depois pedir os documentos portugueses para a moto… Homem 2 – Sim, sim, claro… Mas é sempre melhor, nunca fiando, sabes como são as coisas neste país, implicam com tudo e mais alguma coisa. Basta que lhes dê na veneta. Homem 1 – Não, a sério, oh Torres, obrigado. Está tudo bem, não é preciso nada. Sabes, não queria entrar em esquemas desses… Homem 2 – ( Indignado ) «Esquemas desses»?! Se não queres ir ter com o Antunes e dizer que vais da parte do Torres, é uma coisa