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Mostrando postagens de abril, 2012

Peça para stand-up

Já que vocês estão todos desempregados, há algum que já tenha saído da caminha e esteja disposto a ir fazer-me umas comprinhas que me estão a fazer falta? Há um intermarché lá ao pé de casa. Eu até poderia passar por lá depois do trabalho, mas não me apetece ver "A tua cara não me é estranha" outra vez... Sempre que lá entro parece que estou a assistir a uma reposição da programação de domingo à noite da tvi. A minha filha entra no intermarché e diz tvi, pai , como se o mundo com dois anos e meio onde ela compete fizesse de repente sentido. Ah, agora não podem que vão começar as novelas da tarde ? Está bem, está! Se quiserem poupar dez mil horas de novelas nos próximos anos, leiam o Romeu e Julieta e o Hamlet, que está lá tudo o que se pode fazer em relações humanas para os próximos milénios... Era bom para vocês e era bom para o ambiente. Ah, mas as novelas é uma coisa boa porque dá trabalho a muitos actores que sem ele morreriam de fome ... Ou então trabalhavam... Ah, pare

Um guião para stand-up

O comediante tem já um ar enervado quando faz a sua entrada em cena. Gesticula muito e coloca-se no centro do palco. Diz -  Boa noite ao público e, como se alguém lhe tivesse perguntado o que é que ele tem, responde - Está tudo bem, não é preciso nada. Isto já passa ! Pega numa pílula minúscula e coloca-a debaixo da língua. Depois olha para trás e numa tela colocada no fundo do palco é projectada uma imagem de Manuel Luís Goucha em plenas funções de apresentador. A imagem escolhida é a do famigerado momento em que o conhecido e estonteante apresentador alça a perna de forma canina e precisa, enquanto gatinha pelo glamoroso chão de "A tua cara não me é estranha". Olha para a fotografia projectada do Manuel Luís Goucha e aguarda em função do público. Quando este se acalma e já espera pelo comediante, este retoma a palavra, não sem antes ingerir outro comprimido. Espera que o público reaja a este novo momento e quando a plateia se acalma uma vez mais, reacta o texto. Cada mome

Piquenique

Imagem
Cenário e enquadramento: Na situação presente, trata-se de um “directo” durante um serviço noticioso, realizado a partir de um pinhal, onde uma família de cinco pessoas [casal e filhos pequenos] come a uma fresca. Trata-se de uma situação de piquenique típica de um domingo de verão, com a toalha estendida no chão, os membros da família à volta, felizes com a sua condição, com a felicidade que a vida lhes reservou… O único elemento que destoa é mesmo a presença de uma arca frigorífica, das grandes, ligada a um pequeno gerador eléctrico [ou não, se pretender aprofundar-se o nonsense da coisa]. Este momento visual deve constituir o elemento forte do Sketch, a punch line do texto. Aliás, a arca deverá estar sempre presente ao longo de todo o Sketch, como elemento desconstrutor, o que quer que isso seja. Jornalista – Estamos em directo deste pinhal perto da praia, onde muitas famílias portuguesas aproveitam para fazer um piquenique e passar algum tempo em contacto com a natureza

Circo Cardinal

Está uma sexta-feira de cortar a cabeça e fazê-la rolar por debaixo dos carros que estão à minha frente até ao trabalho. Que sempre era maneira de chegar a horas e de ter a cabeça no lugar certo, para variar... Depois o chefe que ma sentasse à secretária que o Antunes emprestava-me os braços dele. Ele também não os usa para nada! Desculpem lá o mau humor, é que estou a aproveitar para levar os meus filhos à escola enquanto alinhavo este texto. Está cá um destes trânsitos, que até parece que ao fundo desta fila está o José Eduardo dos Santos todo nú com as partes suavemente cobertas por um biquini de diamantes. E estamos todos na fila para acabar de o despir... Sei que não vou conseguir chegar lá primeiro, porque estou atrás da Luciana Abreu... ( Silêncio ) E ela adora pessoas africanas. ( Silêncio ) E mesmo que consiga ultrapassá-la, mais à frente vai a filha do Joaquim Furtado com uma panela de comida e roupas para vestir a príncipe do nada que se encontra desnudo. Além disso eu esto

Árvore dos Patafúrdios

Há uma zona arborizada dentro de vocês, que eu estou a ver daqui e é uma realidade que eu desconhecia e profundamente chocante. Mais especificamente, no nariz, a trepar pelas fossas nasais e a metastizar no vosso " petit cerveau". Por isso é que vocês não pensam como deve de ser. Por causa disso e por causa daquilo que vocês muito bem sabem. Mas não quero falar disso que me comovo. Desculpem estar a meter francês ao barulho, mas estou a praticar porque vou emigrar para França..."What are you saying"? Ou para Inglaterra. Desculpem o incómodo. Na realidade ainda não decidi quem é que quero que ganhe a guerra dos cem anos. Quando decidir isso, agirei em conformidade. Quero emigrar para um país ganhador, estou farto de perder. Uma coisa é certa, sou bom com línguas, com a minha, com a vossa, com todas... Ah, brejeirice , apontam vocês. Pois, talvez, mas não fui eu quem criou todas as potencialidades que a língua pode ter. Foi o Criador! Eu apenas constato e uso quando

Heróis do mar, nobre povo...

E esses cabelinhos verdes, que parecem alfaces a reluzir no quintal da avó? Já se lavavam com lixívia e esfregavam as tatuagens com sabão rosa, a ver se ao menos conseguem tirar o grosso. Depois, com o tempo, o resto lá acaba por sair. Nunca se sabe quando terão de ir a um casting do hospital de Braga, e já se sabe que para se ser o próximo funcionário hospitalar de Portugal a imagem conta muito. (Pausa significativa) Desculpem, estou com as meias de vidro da minha mulher e descobri um foguete nas coxas que quase que me violava, o taradinho. É o que dá usar meias de vidro, parece que vos ouço vagir. O problema não são as meias de vidro em si (isso seria uma questão meramente filosófica), mas as meias de vidro sem fazer a depilação... Enfim, ainda me estou a habituar... Pois é, hoje é 25 de Abril à paisana. Ele anda por aí, mas não se vê. Não encontro o 25 de Abril no 25 de Abril. Vou dizer outra vez a ver se isto faz sentido: não encontro o 25 de Abril no dia 25 de Abril. ( Pausa ) É

Gente coisa - Parte 2

Eu sei que a segunda parte deste texto parece o nome de um vídeo do youtube, mas já não há nada a fazer. Agora é levantar a cabeça e olhar para a frente, que tristezas não pagam dívidas. Pois é, o dia está cheio de corrente de ar com aquela história do hospital de Braga querer purificar o ambiente que se vive no... hospital. É verdade que o ambiente nos hospitais deve ser asséptico, mas nao valia a pena exagerar... Os homens devem usar, segundo o novo regulamento daquela unidade hospitalar, "sapatos clássicos pretos ou azuis-escuros, cinto azul-escuro ou preto (a condizer com os sapatos) e meias azuis-escuras lisas ou pretas lisas". Só falta dizer que têm de ser vestidos pela Throttleman e penteados na barbearia central. "A condizer com os sapatos"?, está tudo doido ou o legislador disto tem um par de costelas norte-coreanas?  Ou é de mim ou quem determina que os trabalhadores do sexo feminino só podem "usar salto até quatro centímetros" tem como sonho cr

Gente coisa

Não sei se já vos disse, mas tenho um orgulho enorme no meu rim esquerdo, porque produz um chichi de óptima qualidade que muitas alegrias me tem dado. Acho que toda a gente tem um rim de que gosta mais do que outro. É normal. Para mim, o esquerdo é um rim especial, desde pequenino, e afeiçoei-me logo no primeiro contacto, porque, até onde me leva a memória, lembro-me de estrear a minha esguichadela de longo alcance no rosto de uma mulher a dias indiana, a Bia, que apesar da sensualidade do nome, carregava duas arrobas de peso a mais. Eu sei que não é politicamente correcto dizer que se gosta mais de um rim do que de outro. O importante é que venham com saúde, eu sei. Mas não posso fazer nada, é mais forte do que eu. Aliás, acho que há muita hipocrisia no que respeita a este assunto: toda a gente gosta mais de um rim do que do outro, não quer é admiti-lo... Também tenho muito orgulho no meu filho mais velho, que é alto e tem os joelhos bonitos. O mais novo é feio, baixo e tem joelhos d

Já vou filha

Primeira tentativa para apresentação audio das crónicas publicadas neste blogue. Estão escritas para ser ditas.

Está a andar de bicicleta

Hoje é aquele dia que incuba o resto da semana? ( Espanto ) Ena, caramba, incubar a chover é muito perigoso porque o piso está escorregadio e um gajo ainda passa a estatísticas de verão da guarda nacional republicana. Mas vocês é que sabem, uma pessoa avisa porque é cristã e acredita que temos de ser uns para os outros, mas mais do que isto não posso fazer. Uma dúvida: o que é que se faz às pessoas que morrem e são (eram) nossas amigas no facebook? Mandem as respostas aqui para o e-mail do programa ou façam um bike na nossa página do facebook. Por falar em dias, o que são os dias?! Postas deprimentes mal passadas em cima de postas deprimentes mal passadas. Só há uma forma de isto não ser assim: colorir livros de colorir. Agora digam a última frase cinco vezes. ( Esperar uns segundos ) Agora digam lá que não estão prontos para a junta médica psiquiátrica?! ( Pausa ) Não falha: acabamos a trocar os erres pelos eles e a falar como o Badaró. Há ainda uma forma alternativa de dar alguma

Do risível próximo

Cada vez que o mundo acaba escondo-me debaixo da cama e falo como o Scooby-Doo. Ultimamente, o mundo tem acabado praticamente todos os dias. ( Pausa. Silêncio prolongado para sublinhar que o mundo não pode "acabar todos os dias")  O que me vale é que sempre que o mundo acaba eu sou dinamarquês. E na Dinamarca o mundo está para durar, porque a capital é Copenhaga. ( Pausa. O silêncio serve para que se perceba que não há qualquer tipo de lógica no juizo "porque a capital é Copenhaga" ) E isso é bom. ( Pausa igual às anteriores ) Percebe-se muito que esta crónica é sobre a crise? Então não é! É sobre coisas mais concretas, mais palpáveis. É sobre metafísica. ( Pausa. Dar tempo ao público para que se recomponha ) Para o meu filho, há coisas que existem e coisas que existem mesmo. A nuance é subtil mas ele é claro relativamente à sua existência. A nuance existe, a nuance entre as coisas que existem e as que existem mesmo. Num dos próximos posts lançarei às feras o "

O relatório

Cenário e enquadramento : o gabinete do director. Director – O senhor professor não entregou o relatório da actividade (pausa, olha para o monitor do computador, procura o texto com o rato): colóquio subordinado ao tema, “A espiga, estudos para uma semiótica do milho transgénico e as suas consequências para a música «a desfolhada», de Simone de Oliveira”. Professor – Peço imensa desculpa, é que tenho tido imenso trabalho. Depois desse colóquio, já organizei um workshop , um ateliê de pintura ao vivo e um vernissage literário. Director – Pois, mas é que sem relatórios… não há actividades… Professor – Mas há… Houve… actividades! Director – Houve? Professor – Mas como? O senhor director esteve lá… Esteve no colóquio, no workshop, no ateliê… Director – Estive? Onde é que isso está escrito? Se ao menos tivesse o relatório… Professor – (Indignado) Mas o que é mais importante? As actividades ou os relatórios? Já não percebo nada! Director – Enquanto o senhor Prof

O vosso trombone não me é estranho...

Onde é que está o presidente? Desculpem começar assim, sem introdução, mas há coisas que não vão lá com paninhos quentes! Eu sou uma pessoa séria, honesta. Quando decidi ter filhos, por exemplo, foi pelo método tradicional. Foi a minha mulher que os teve... ( Pausa ) Nem toda a gente pode dizer o mesmo. Foi-se o abono dos miúdos, o subsídio de férias e de Natal, aumentou o escalão de IRS, criaram uma taxa de IMI suplementar para os portugueses que vão trabalhar para Andorra, criaram um novo imposto alimentar que vai ser pago duas vezes: pelos grossistas do sector ao Estado e pelo consumidor aos grossistas. Que estes são grossos, por alguma coisa é! Paga-se taxas para ver televisão, de ocupação do subsolo (- De quê?!), iva a 23 porcento, a dúzia d'ovos está pela hora da morte. Cuidado que a gente enerva-se e a malta em Espanha ainda se manifesta! Para já andamos calmos, mas cuidado, que a gente chateia-se e a malta na Grécia barrica-se em sítios e queima coisas! E o presidente? Há

Troika

Cenário e enquadramento : uma família recolhida ao lar, doce lar. O pai lê o jornal, sentado no sofá. A criança, em idade escolar, brinca no tapete. A mãe, na cozinha, prepara o jantar. Toca uma música tipicamente portuguesa, por exemplo, fado. Pode ser Marisa... Ok, ou pode ser mesmo fado. Subitamente, alguém toca à campainha. O pai ergue preguiçosamente os olhos do jornal e rapidamente os devolve à leitura, ciente de que alguém irá atender. Vai a criança, que abre a porta e se depara com três homens. Engravatados e com bom aspecto, têm um ar distinto. Os homens estão lado a lado, mas um dá um passo à frente, baixa-se à altura da criança, pousando um dos joelhos no chão, e pergunta:   Homem - O papá e a mamã estão ? O miúdo acena afirmativamente a cabeça e vai à sala anunciar ao pai que estão senhores à porta. Criança - Pai, estão uns homens à entrada. Querem falar contigo ou com a mãe . O pai fica lívido, assustado. A mãe assoma à porta que separa a cozinha da sala e olha o

Assalto por esticão

Jornalista - Boa noite, o meu nome é Esperança Santiago e sou jornalista sensacionalista. Na verdade, gosto mais de olhar para o meu trabalho como jornalismo de sensações, de emoções, um jornalismo para as pessoas, pois parece-me que ilustra melhor aquilo que faço. Hoje vamos abordar o terrível fenómeno das dúvidas que assaltam, nomeadamente, que assaltam pessoas. Para isso temos como convidado Valdemiro Leónidas, vamos chamar-lhe assim, em primeiro lugar, para preservar o seu anonimato; em segundo, porque é o seu nome. Diga-nos Valdemiro, a sociedade em que vivemos hoje continua a estigmatizar de forma cruel as vítimas de dúvidas? Valdemiro Leónidas - (Voz distorcida) Sem dúvida alguma, Esperança. É uma sociedade muito preconceituosa, sobretudo, em relação às pessoas que são vítimas deste tipo de ataque bárbaro e cobarde. Jornalista - Para que as pessoas lá em casa percebam a verdadeira dimensão do que estamos a falar, pode contar-nos como tudo começou? Valdemiro Leónidas

O último a sair que feche a porta (Cenas II e III)

Cenário e enquadramento : o mesmo da cena anterior (ver último post ). O set está vazio e ouve-se o sopro do vento, como no deserto. A cena está centrada na porta com a inscrição "Portugal", no som que o vento produz e nas notas da banda sonora de Enio Morricone no filme "O bom, o mau e o vilão". Cena II (Chega uma família tipicamente portuguesa. O marido caminha à frente e traz um rapaz de dois três anos ao colo. A mulher, atrás, empurra um carrinho de bebé e segura, também ela, um outro ao colo. Há um velho sentado, encostado contra a parede, arranhando Morricone na harmónica. Bate à porta. Aguarda resposta, enquanto vai olhando para o velho como se encomendasse uma explicação. A mulher olha o marido de forma impaciente, embora sem lhe dirigir a palavra. Embala para cima e para baixo o bebé que está no colo, ao mesmo tempo que empurra o carrinho para a frente e para trás. Está vento, o velho olha a cena sem parar de soprar na gaita de beiços. Está sujo e

O último a sair que feche a porta!

Ando com vários sketches na cabeça. Há pessoas que usam chapéu, eu uso isso. No primeiro, a coisa anda assim (o texto está escrito para ser apresentado ao vivo, mas pode ser feito em televisão sem necessidade de grandes modificações): Cenário e enquadramento : O palco tem uma divisória paralela com uma porta a meio. Na cena, dois actores de comédia fazem, respectivamente, de ministro das finanças e primeiro-ministro. O sketch foi construído a pensar nos bonecos dos actores Manuel Marques (Vítor Gaspar) e Joaquim Monchique (Pedro Passos Coelho), no programa da RTP "Estado de Graça". Cena I (Vítor Gaspar e Pedro Passos Coelho atravessam a Porta, que tem a seguinte inscrição numa sinalética: "Portugal") Pedro Passos Coelho (PPC) - Oh Vitó, ainda ficou aí alguém? Vítor Gaspar (VG) - Pen-s-o hum qu-e n-ão, P-e-dri-nh-o! PPC - Oh Vitó, "Pedrinho" não, que eu sou alto, garboso e pratico canto lírico. Já viste bem esta colocação de voz? (En

Batalha naval!

Dói-me a barriga de um passageiro do Titanic no momento exacto em que percebeu que aquela coisinha fofa de 250m de peso e 100 toneladas de comprimento ia entrar em modo submarino. ( Pausa ) Hum, parece-me cheirar ao estrugido que estais a fazer para o almoço, ou serão só vocês a pensar que a última frase não faz muito sentido? Tal como vós... ( Pausa ) Bom, já chega de confusões, que a crónica ainda vai no início e eu só quero que ela afunde lá mais para o fim. ( Pausa ) Neste momento, estou a escrever num salão imponente e sumptuoso, enquanto bebo chá indiano em porcelana oriental e treino glu glus.  Uma das notícias do dia é que um barco, o MS Balmoral, está refazer a viagem original do Titanic a partir do Porto britânico de Southampton. O objectivo parece ser completar a rota original, até porque havia passageiros com coisas marcadas em Nova Iorque e, com a história do naufrágio, estão um bocadinho atrasados. Para que tudo fosse perfeito, a organização convidou familiares (o termo

Vá, animem-se!

Tenho uma borbulha na laringe que me dá uma comichão de doidos e não a consigo coçar. Sinto-a a passarinhar dentro de mim e não me posso aliviar. Alguém tem alguma ideia de como é que se resolve isto? Deixo-vos a pensar sobre isso, que vocês estão desempregados e têm mais tempo, e depois digam qualquer coisa. É verdade, já voltaram a sair de casa? A última vez que vos pus a vista em cima estavam vocês de robe, deitados no sofá, a meter comprimidos pela goela abaixo e a ver, à vez, os programas da tarde da sic e da tvi. Tudo, porque ficaram a dever a tv cabo e o técnico foi aí ao prédio do subúrbio onde vocês moram de alicate e cortou o cabo. Como se não bastasse, o cão do vizinho fez cócó no vosso tapete da entrada e o cão dele também. Como as janelas da casa onde vocês moram não têm vidro duplo, nem estão devidamente calafetadas, porque são vossas e o empreiteiro sabia que eram vocês que iam morar para aí, e queria lixar-vos apesar de não vos conhecer de lado nenhum, porque o lado do

Crónica de auto-ajuda

Com que então sempre há umas reservas de água no céu e Deus ainda não deu por terminada a vida no planeta terra? ( Pausa ) Vocês são extraordinários, pois sois daquele tipo de pessoas (salvo seja!) que achava que nunca mais ia chover outra vez e que a crise é para sempre... Tss, tss! ( Pausa ) Para vocês que sois uns pessimistas e que tendes a certeza que ireis ser despedidos para a semana, só porque a vossa vida está uma m.... e auferis quinhentos euros (por extenso que assim parece que ganham mais) e a empresa onde vocês trabalham não  tem encomendas e porque o Benfica perdeu o campeonato e porque o Djaló não fez uma vasectomia, só para vocês que sois assim, tenho um exercício para vos propor: pensem nos próximos segundos em alguma coisa positiva! ( Pausa ) Agora enviem para o e-mail do programa os vossos pensamentos! ( Pausa ) Não se sentem melhor, só assim? Só assim, com uma coisa tão simples e a custo zero como um pensamento positivo? Um pensamento para a frente? ( Pausa ) Porque

Uma Santa Páscoa

Estou com uma unha encravada na narina direita e hemorragias internas na planta do pé da Kelly, uma rapariga inglesa que conheci no verão de noventa e quatro, em Torremolinos. Fico pior que um urso (isso mesmo, piurso) quando estas coisas me acontecem e cheio de vontade de roçar as costas da minha avó contra a ombreira da porta da sala. Como se fosse uma gata e dormisse em parapeitos. ( Pausa ) Pedia-vos agora que parassem de erotizar com pessoas de idade, sobretudo, pessoas da minha família. ( Pausa ) E que já faleceram. ( Pausa ) Podemos continuar? ( Pausa ) Ok, eu espero um bocadinho pelo senhor de Alcácer Quibir. ( Pausa ) Ai não vem? Assim sendo, gostaria de referir que nesta Páscoa o Coelhinho trouxe uma novidade: os subsídios de férias e de Natal só em princípio quem sabe deverão talvez e mesmo assim tendo em conta voltar a ser pagos aos portugueses (é bom concretizar, pois os portugueses poderiam pensar que era aos angolanos, uma vez que o governo passa mais tempo em Luanda do

Abril

Por acaso, isso é mentira!